viernes, 15 de mayo de 2009

Coxinhas x empanadas

Como boa brasileira, passo muito tempo falando como o meu país é melhor. Nunca pensei que fosse tão bairrista, mesmo sendo recifense e morrendo de saudade dos shows que antes esnobava em Olinda. Só fui me dar conta de verdade desse meu bairrismo domingo passado. Depois de passar tanto tempo reclamando que aqui só tinha empanada e que eu mataria por uma coxinha, acabei descobrindo um bar perto de casa onde um brasileiro (que curiosamente estuda documental comigo) fazia coxinha e feijoada pra vender. Fui com todas as minhas expectativas comer a tão sonhada coxinha, melhor, até então, do que qualquer empanada. Massa, comi a coxinha. Comi, e descobri que posso perfeitamente viver sem ela. Não saíram fogos, o gosto era o mesmo. Muito bom, porém muito pior do que o sonhado. Continuo preferindo a coxinha a qualquer empanada, mas posso viver sem ela. Meu medo, quando voltar, vai ser descobrir que o queijo de coalho não é o melhor queijo do mundo e passar a ter saudade do alfajor. Um pé lá e outro cá, e outros pés que me confundem ainda mais.

P.s. Leiam esse texto de Idélber Avelar http://www.germinaliteratura.com.br/coluna_idelberavelar5.htm, ele fala de tudo que falei de uma forma bem melhor. E sim, eu sou do tipo nostálgico.

domingo, 3 de mayo de 2009

Tarô em Tigre e os avessos em mim

Tigre é uma cidade linda do lado de Buenos Aires. Você paga 2,70 pesos e vai e volta da Estação Retiro até lá. São cerca de sessenta minutos de viagem e eu não tinha pensando em ir lá antes de Camila chegar.
Fomos eu, Fábio e Camila e resolvemos comprar comidinhas pra comer na beira do rio enquanto Camila colocava o tarô pra nós dois. O resultado foi muito bom e me ensinou que eu devo olhar pra os lados sempre, pois posso ter um Rei de ouros me esperando e estar cega pra tudo que está fora do meu padrão de previsibilidade e espera. Fora o charme que é ter o tarô colocado em tigre na beira do rio por uma amiga, percebi que aquela viagem e os dias que convivemos aqui serviram pra muita coisa, pois muito do que tinha deixado de aproveitar por esperar algo ideal acabou se mostrando bem menos importante do que eu achava e está vindo a tona agora.
Quando cheguei achei que essa era a terra dos avessos, continuo pensando assim, mas perdi o medo desse avesso e de discordar de quase tudo. Quando vim tinha idéias fixas e formadas por um outro lugar, ou por outros lugares. Agora me vejo gostando de coisas que nunca pensei que iria aceitar e defendendo fervorozamente o que neguei tempos atrás.