martes, 10 de marzo de 2009

Faz uma semana e meia e parece que fazem meses. Hoje, feliz, bati papo com o garçom do Aconcágua, começo a me sentir em casa e a repetir padrões, comer em Buenos Aires: só em lugares como lá. Me sinto tendo encontrado o que queria viver por aqui, e juro que o que quero viver está em San Telmo. Parece que eu estou em Olinda, só que graças a Deus sem as ladeiras, com um sol mais ameno e com a Casa Rosada a 5 minutos. As lojinhas são lindas e entre as 13h e as 16h é normal encontrar bilhetinhos na porta que dizem: Voltamos em 30 minutos. Parece um sonho, o mercado público é aqui do lado e os cogumelos daqui custam 5 ou 6 pesos o pacote. E que cogumelos!!!!! Nas ruas por trás da Defensa, encotramos vários restaurantes onde o prato custa 10 pesos, a comida é farta (apesar de sempre ser acompanhada por papas fritas ou purê e só) e a carne grita de tão deliciosa e sangrenta. As verduras são lindas e as frutas enormes, mas custam pelo menos o triplo do que custam em Recife. Suco aqui? Jugo de Naranja, 10 pesos - o que pago pelo almoço. Mas o garçom do Aconcágua nos dá água free e pãezinhos por 2 pesos, isso, por aqui, são os 10%.

Resumindo, tudo melhorou depois dos 4 longos dias no centro. Às voltas com señoras como Dona Lida, tentando arrancar os escassos dólares que me restaram e os pesos que rendem bem menos depois de convertidos, resolvemos vir pra cá e tentar. Aluguel por aqui é um roubo, então estamos em um Hostel até que minhas calcinhas limpas acabem. Hostel não dura muito, e são 8 pessoas em um quarto. Grande, ventilado, mas com muitos buracos negros onde sempre acabam indo parar minhas chaves, sapatos, casacos e paciência. Yo quiero un piso! E quero colocar o pôster de Al Pacino fumando um cigarro dentro da nota de um dólar e dizendo: I trust me. Já sei onde comprar o pôster aqui em San Telmo e posso comer um pancho no almoço para pagar seus 10 dólares.

O pôster eu posso ter, mas o departamento até agora tá difícil. Preço de tudo isso: 500 dólares o mês, mais comissão de 500 dólares para Dona Lida, que nos beija e chama de seus netinhos, e 500 de garantia, que serão devolvidos quando formos embora. Isso, dividido entre mim e Fábio, dá muito dinheiro. Tanto em pesos, quanto em dólar ou em real. Isso por que somos seus netos, e porque Pancho baixou o aluguel de 700 para 500. Mas eu tenho força e espero que em breve uma Precária, as lojas daqui sempre precisam de vendedores, e eu posso ser a próxima a deixar o bilhetinho na porta, comer uma saladinha no mercado (a comida do Aconcágua é ótima, mas o povo aqui é magro), esperar que alguém chegue e - arranhando no espanhol, inglês ou francês -vender uma blusinha e gastar a grana no La Resistência.

1 comentario:

  1. Que bom ter notícias suas, pena que são um pouco desanimadoras.......mas devagarzinho vão melhorar, já deu pra perceber isso. Vc conhecendo melhor a cidade, vai logo encontra um lugar melhor pra ficar. É questão de tempo.
    Veja o lado bom........imajine se eu estivesse aí com vc. kkkkkkk

    E o curso, com todas essas despesas vai dar pra fazer?
    É bom que teu marido argentino tenga muchos pesos, mejor que sean dolares.

    Bjo e melhor sorte
    Mari Hollanda

    ResponderEliminar